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segunda-feira, 24 de março de 2014

N.Diniz


Simples assim...
Vem meu lindo ,
Vem formoso
Vêm do jeito que você é
Elegante,sorrisos abundantes
Vem e traz alegria,paz,fé, saúde
Vem leve 
Vem com amor que transborda
Vem ,tô , lhe esperando ansiosamente
Venha que no abraço dos meus braços ,terei imenso prazer em recebê-lo 
Venha festejaremos a luz divina ,que emanarão do céu ,
Venha dia 30 estarei aqui.
Que a minha loucura seja perdoada 
Pois metade de mim é amor 
E a outra também .

sábado, 22 de março de 2014

Apelo


Apelo
"Porque 
não vens agora, que te quero 
E adias esta urgência? 
Prometes-me o futuro e eu desespero 
O futuro é o disfarce da impotência.... 

Hoje, aqui, já, neste momento, 
Ou nunca mais. 
A sombra do alento é o desalento 
O desejo o limite dos mortais."
Miguel Torga

sexta-feira, 21 de março de 2014

N.Diniz




Nascer no mês de outono é demais ,é certeza de renovação espiritual ,valendo a pena acreditar e superar todos os dias os desafios do cotidiano. A proximidade de mais uma data, traz-me lembranças boas ,algumas nem tanto mas, dessa vez quero tudo que me faz bem,até porque não desejo mais agruras .Destituo da minha vida tudo que me faz mal ,mas quero poetizar esta estação, que nos remete uma mistura de cores,fascínio,luz, chuvinha com gostinho de querências, às vezes pedindo para passar ,mas permanecendo aquela brisa e toda beleza a qual possibilita no momento , observar que até as pessoas tornam-se mais aprazíveis. A natureza é tão generosa que me tornou extremamente pretensiosa e me faz afirmar o quão prazeroso é viver. Quero assim olhar e perceber que no silêncio sempre haverá uma resposta para tudo ; entro em conexão com Deus ,ele sempre será aquele que ampara ,que dá colo,que ilumina minha caminhada e me inspira a olhar para o céu,com os braços abertos e murmurar palavras oriundas de dentro do meu coração:te agradeço meu pai pela oportunidade de até aqui poder aspirar a continuidade da minha existência e o grande amor que tenho o qual eu sei que é recíproco.Na verdade , o espetáculo das estações está na vida que se deseja levar; às vezes , esta é feita de flores ,emoção, renovação ,e aí surge o frio, lembrando que um abraço conforta qualquer coração , transmitindo tranquilidade, segurança e equilíbrio emocional.
Beijinho não na alma mas nos olhos, que são a porta do coração !!!
N.Diniz

quinta-feira, 20 de março de 2014

19/03 aniversario



A amplidão de meu carinho por você é imenso ,pensando em homenageá-lo por mais uma data,gratidão a Deus ,pela dádiva em permanecer em nosso convívio familiar ,dedico algumas palavras  de ternura a você :

O tempo se encarregou de solidificar nossa união ,bem sei que nada é perfeito e não existe ninguém na face da terra, que não tenha vacilado nesta vida ,portanto ,eu acredito em você, somos gratos ,por você ser um pai presente ,esposo exemplar ,de caráter ,amigo e amável.Percebi que ,no redemoinho da vida ,se as escolhas não foram o que almejamos, e por alguns momentos apreensivos ficamos ,Deus saberá guiar nossos caminhos ,entretanto a vida é isto, é errar ,acertar, por conseguinte, afirmo ,pelo menos tentamos,certas coisas não há explicação ,mas razão que somente Deus conhece os motivos ,nossa história prossegue ,pois as páginas da vida em todos os amanheceres estarão em branco ,afim de que ,possamos recomeçar ,e eu estarei aqui ao seu lado ,enquanto aquele lá de cima permitir ,estarei sendo seu amor, seu porto seguro ,sua lembrança,sua emoção ,sua saudade,seu desejo ,sua vitória ,sempre sua,pois juntos faremos uma história de bem querer ,parabéns ,que seu aniversário (19/03),seja pleno de alegrias,que Deus esteja presente em você e com você hoje e sempre,

beijos,beijos !!!

N.Diniz

terça-feira, 18 de março de 2014

MARLA DE QUEIROZ



E as estradas acompanham os meus passos. Não há absolutamente nada garantido: se chuva, sol, tristeza ou riso. Talvez um pouco mais do mesmo, talvez um monte do que desconheço. Às vezes um frio na barriga, a respiração curta, o coração apressado. E eu tentando colocar na nesga de medo, um pensamento azul de tranquilidade e delicadeza.

Meus passos desenham estradas. Não há absolutamente nada previsto: se serra, mar, amor ou descompromisso. Sei que já conheço a tua boca, ainda guardo a força do teu abraço, ecoa em mim as gargalhadas das madrugadas e nossos corpos abraçados e nus, descansando da exaustão de tudo isso.

E a minha vida segue compondo paisagens. E não há absolutamente nada comedido: todas as sensações em estado bruto, transbordam pelos olhos em estado líquido.

(Então a gente se encontra ali, daqui a pouco.
Com hora marcada, surpresa agendada, imprevistos no bolso).

Marla de Queiroz

segunda-feira, 17 de março de 2014

N.Diniz



Escolho a positividade. Tudo passa, só fica o que valeu. E, para valer, só mergulhando até o fundo de cada pote de felicidade ou sofrimento,solvendo até o último gole, refrescando-se até a última gota. Antes, se arrepender do que se tentou, do que passar a vida a se perguntar o que teria sido...

N.Diniz




“Você me faz sorrir.”
inflando meu ego,
minha vaidade vai além
e com apenas uma frase,
"você é demais "
então...
fico sem resposta,
e no meu silencio
apenas
sorrio !!!

ERICK TOZZO



"Quero nosso amor bem costurado, com pontos firmes e resistentes.
Quero aqueles sábados de manhã, café forte e a nossa poesia silenciosa acontecendo deliciosamente.
Quero inteiro, completo, sem faltar pedaço para agregar-te dentro do meu abraço.
Quero nossos silêncios preenchidos com beijos e afagos intermináveis.
Contigo, quero mãos dadas, do meu lado, dentro de mim, estrada afora, você e eu, por inteiro seu".

Erick Tozzo

domingo, 16 de março de 2014

John Dryden



O amor calcula as horas por meses, e os dias por anos; e cada pequena ausência é uma eternidade.

John Dryden

Rumi


"As pessoas são como as três borboletas

em frente da chama da vela.

A primeira se aproximou da chama e disse:

Eu sei o que é o Amor.

A segunda tocou a chama com as suas asas e disse:

Eu sei o quão doloroso pode a ser a chama do Amor.

A terceira jogou-se no meio da chama,

e deixou-se devorar.

Ela sabe o que é o verdadeiro Amor..."

RUMI

...E


...
E esquece...
Pois o lírio é uma taça para o orvalho
E não para o sangue

Vem


Vem.

Conversemos através da alma.

Revelemos o que é secreto aos olhos e ouvidos.

Sem exibir os dentes,

sorri comigo, como um botão de rosa.

Entendamo-nos pelos pensamentos,

sem língua, sem lábios.

Sem abrir a boca,

contemo-nos todos os segredos do mundo,

como faria o intelecto divino.

Fujamos dos incrédulos

que só são capazes de entender

se escutam palavras e veem rostos.

Ninguém fala para si mesmo em voz alta.

Já que todos somos um,

falemos desse outro modo.

Como podes dizer à tua mão: "toca",

se todas as mãos são uma?

Vem, conversemos assim.

Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma.

Fechemos pois a boca e conversemos através da alma.

Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo.

Vem, se te interessas, posso mostrar-te.

Rumi

Beija-flor,Ar, e Flor


O verdadeiro amor nasce com caricias, trocas delicadas, palavras amorosas. Dia a dia vai tomando forma... conquistando, envolvendo, se desnudando sem medo se entregando sem pressa. O Amor nasce sem pressão, desejo, ansiedade. Ele simplesmente acontece, como a flor que dia após dia se prepara para desabrochar e neste ato sublime fecunda o ar com seu aroma, que se enamora da flor, eles então se tornam UM.

Flor e Ar se fundem!

Longe a quilômetros de distância o beija flor a sente, ele ouve os sussurros do ar encharcados da fragrância do amor e em silencio atravessa o tempestuoso oceano de suas próprias dúvidas, medos e paixões internas ecoadas por um turbilhão de egos que o confunde de seu verdadeiro destino... Ser Um com a Flor que o chama para que a fecunde e a eleve eternamente para os paraísos do SER.

Assim Beija-Flor, Ar e Flor se tornam UM único Ser!!!

A unidade eterna se transforma na trindade que se manifesta de infinitas formas para elevar as almas ao único caminho que existe acima das dualidades.

O AMOR!

VEM!

Rumi

Por Amor




Por Amor eu faria tudo novamente!

Por Amor eu nasceria quantas vezes fossem necessárias.

Por Amor eu morreria tantas outras sem me importar.

Por amor eu renunciaria novamente minha vida, todas as minhas "posses" e os meus "pertences", mundanos e celestiais.

Por amor eu mutilaria meu próprio ego para que a tua luz pudesse vir a ser novamente.

Por amor eu mudaria o curso do meu próprio destino para ver seu horizonte suavizado e seu caminho aplainado.

Por amor choraria a amargura da ignorância e a escuridão do abismo para que você pudesse ver novamente com os olhos de teu espírito, que sempre fostes imortal e eterno e que nunca esteve separado de mim.

Por fim,

Por amor eu reencontraria novamente minha paz e a alegria de meu espírito ao ver e sentir no profundo de meu ser minha missão cumprida, de manifestar em ti minha própria luz.

Eu e ti somos o mesmo ser.

Sempre Fomos.

Você, eu e o universo somos iguais em essência e espírito.

Olhe novamente para dentro de si.

Coragem!!!

Eu estou ali.

Vem!!! Por amor...Vem!!!



O Amor que sinto sempre foi infinito.
No passado foi tormenta, mas hoje...
hoje é silêncio sublime que te contempla.

O Amor que sinto por tudo que me rodeia sempre foi autêntico.
Sempre foi um fio de esperança no semblante da criança,
Verdade imaculada nos olhos da alma que ama.

O amor que sinto transborda o entendimento,
soube de alguma forma que meu coração pulsa ao compasso do teu.
e nos intervalos deste pulsar, despertei.

MMSORGE

Simples...


CRISTINA FERNANDES (a publicar)

SIMPLES





simples...
é o olhar herdado do tempo
exausto de silêncios purpurinos
onde a alma ferida se liberta
em sais flutuantes sem destino,
e nas terras eivadas de sal
és foto no meu madrigal
grafia de sentires peregrinos
imagem contrastada,
apaixonada nesse além Tejo,
náufraga no teu beijo fogoso
onde liberto tudo que vejo,
terra arável em naufrágios
de outros tempos religados,
na tua pele - velhos presságios
plantados nas raízes do mar,
velha planície do teu olhar
que rasga o voo das gaivotas
esperadas no interior da terra
de outras águas devotas...
onde se acendem relâmpagos
férteis na erupção da luz
pele de trigo que me seduz...
e sulco crepúsculos lunares
circulares ao regressar
dentro de ti sem pensar
à minha terrra Andaluz...
madrugada entre estrelas,
ancorada na liberdade solar
onde acendemos luas
de encantar...
vem... sem medo
de amar...
Cristina Fernandes

domingo, 9 de março de 2014

Fé,esperança,e caridade

Castro Alves


Fé, esperança e caridade



Eram três anjos - e uma só mulher
QUANDO A INFÂNCIA corria alegre, à toa,
Como a primeira flor que, na lagoa,
Sobre o cristal das águas se revê,
Em minha infância refletiu-se a tua...
Beijei-te as mãos suaves, pequeninas,
Tinhas um palpitar de asas divinas...
Eras - o Anjo da Fé! ...


Depois eu te revi... na fronte branca,
Radiava entre pérolas mais franca,
A altiva c'roa que a beleza trança!...
Sob os passos da diva triunfante,
Ardente, humilde, arremessei minh'alma,
Por ti sonhei — triunfador — a palma, 
Ó — Anjo da Esperança!... —


Hoje é o terceiro marco dessa história.
Calcinado aos relâmpagos da glória,
Descri do amor, zombei da eternidade!...
Ai, não! - celeste e peregrina Déia,
Por ti em rosas mudam-se os martírios!
Há no teu seio a maciez dos lírios...
Anjo da Caridade!...
 

Soleado

Soleado
Moacyr Franco

De muito longe vem uma canção
Suavemente como uma oração
E um anjo azul entre bruma e véu
Veio abrir pra nós os portões do céu

E ao céu chegamos como quem morreu
Trazendo amor, o resto se perdeu
Somos pássaros, livres da prisão
Soltos no infinito, sobre a imensidão

De muito longe, vem essa canção
Fazer um só, nosso coração
Vê comigo,vê, daí a tua mão
Vem andar no céu com os pés no chão

A nuvem branca são os sonhos meus
O sol que aquece são os beijos teus
E as estrelas são a felicidade
É o nosso amor, toda eternidade

Prá muito longe vai essa canção
Rasgando o céu como uma oração
Ela vai dizer ao seu coração
Que eu te quero mais
Mais que a salvação


Fábula o pássaro e a flor


Fábula - O pássaro e a flor

Era num dia sombrio
Quando um pássaro erradio
Veio parar num jardim.
Aí fitando uma rosa,
Sua voz triste e saudosa,
Pôs-se a improvisar assim.
"ó Rosa, ó Rosa bonita! 
Ó Sultana favorita
Deste serralho de azul:
Flor que vives num palácio, 
Como as princesas de Lácio, 
Como as filhas de 'Stambul.
Corno és feliz! Quanto eu dera
Pela eterna primavera
Que o teu castelo contém...
Sob o cristal abrigada,
Tu nem sentes a geada
Que passa raivosa além.
Junto às estátuas de pedra
Tua vida cresce, medra,
Ao fumo dos narguillés,
No largo vaso da China
Da porcelana mais fina
Que vem do Império Chinês.
O Inverno ladra na rua,
Enquanto adormeces nua
Na estufa até de manhã.
Por escrava - tens a aragem
O sol - é teu louro pajem.
Tu és dele - a castelã.
Enquanto que eu desgraçado,
Pelas chuvas ensopado,
Levo o tempo a viajar,
- Boêmio da média idade,
Vou do castelo à cidade,
Vou do mosteiro ao solar!
Meu capote roto e pobre
Mal os meus ombros encobre
Quanto à gorra... tu bem vês! ...
Ai! meu Deus! se Rosa fora
Como eu zombaria agora
Dos louros dos menestréis!. . .

Então por entre a folhagem
Ao passarinho selvagem
A rosa assim respondeu:
"Cala-te, bardo dos bosques!
Ai! não troques os quiosques
Pela cúpula do céu.
Tu não sabes que delírios 
Sofrem as rosas e os lírios 
Nesta dourada prisão.
Sem falar com as violetas.
Sem beijar as borboletas,
Sem as auras do sertão.
Molha-te a fria geada...
Que importa? A loura alvorada
Virá beijar-te amanhã.
Poeta, romperás logo,
A cada beijo de fogo,
Na cantilena louçã.
Mas eu?! Nas salas brilhantes
Entre as tranças deslumbrantes
A virgem me enlaçará
Depois cadáver de rosa
A valsa vertiginosa
Por sobre mim rolará.
Vai, Poeta... Rompe os ares
Cruza a serra, o vale, os mares
Deus ao chão não te amarrou!
Eu calo-me - tu descansas,
Eu rojo - tu te levantas,
Tu és livre - escrava eu sou! ...



Quem dera

Quem Dera

Fernando Tordo

Quem dera
Que o tempo fosse agora o que era
O inverno com flor de primavera
Quem nos dera quem nos dera

Quem dera que a vida fosse agora o que era
Tão doce tão subtíl e tão fera
Quem nos dera quem nos dera

Quem dera
Que amar fosse a beleza que era
Mais louco sem doença
Quem dera
Que o beijo fosse o gosto que foi
Quem dera que a morte fosse menos sincera
E houvesse ouvidos como menos cera
E a fala fosse a língua que foi

Quem dera
Que a esperança fosse o que o homem gera
Ser livre não ser na estratosfera
Quem nos dera quem nos dera

Quem dera
Que a cicatriz não fosse cratera
Que a vida não fosse uma megera
Quem nos dera quem nos dera

Quem dera
Que a esmola fosse só um pedido
E que o sério fizesse sentido
E o sentido não fosse pra trás

Quem dera
Que o trágico-maritimo fosse
A mentira que a história nos trouxe
O mentes minto de ser capaz

Quem dera
Que a esmola fosse só um pedido
E que o sério fizesse sentido
E o sentido não fosse pra trás

Quem dera
Que o trágico-maritimo fosse
A mentira que a história nos trouxe
O mentes minto de ser capaz

Quem dera
Que o tempo fosse agora o que era
O inverno com flor de primavera
Quem nos dera quem nos dera

Quem dera
Que a vida fosse agora o que era
Tão doce tão subtíl e tão fera
Quem nos dera quem nos dera

Quem nos dera



Sem exigências

Sem Exigências (para o François Rauber)
Fernando Tordo

Não te peço nada.
Então porquê
O indízivel gesto dos carinhos
A incontável série de caminhos
Que vais mostrando
Então porquê?

O infindável olhar de atenção
O insondável gosto pela paixão
Que vais criando
Então porquê?

O impensável raciocínio quente e frio
O memorável esquecimento do vazio
Que vais lembrando
Então porquê?

Não te peço nada.
Então porquê
A emocionante dádiva total
A impressionante imagem do real
Que vais filmando
Então porquê?

A minuciosa forma de dizer
A elegante maneira de querer
Que tu vais dando
Então porquê?

A silenciosa ideia de falar
A ruidosa atitude de calar
Que me ensinaste
Então porquê?

Não te peço nada.
Então porquê
O esfusiante riso de ficar
Sendo inventora do que eu possa inventar
Não me deixaste
Então porquê?

Este desejo de te querer cada vez mais.
Vou por aí eu vou por onde vais
Estou contigo
E sei porquê.
Não te peço nada.
Então porquê



sábado, 8 de março de 2014

Que venha o dia

Que Venha o Dia

Fernando Tordo

Chegou o dia
O impossível noutro tempo estava ali
O impensável noutras noites era claro
E sobre nós desmoronava-se a verdade

De hoje em dia
Fica entendido entre nós comum acordo
Se o divergente conseguir o paralelo
Que coincida no infinito de dois planos

Por este dia
Hei-de fazer e desfazer o teu aviso
Como se fosse o master-mind mais difícil
Que a gente joga, e ganha sempre aos distraídos

Talvez um dia
O ilimitado seja igual à paciência
E a alegria deixe de ser a "taluda"
Que continua a sair sempre, e só, aos outros

Bastava um dia
Com muita paz, muita mão dada por loucura
E se o segundo for a unidade - amor
Oitenta e seis mil quatrocentas vezes tu

Que venha o dia
Só falta um dia para acabar com a dor que resta
Só falta um dia para valer a vida toda
Pois nesse dia há-de ser obrigatório
A noite vir, só quando a gente queira


Há sempre em ti

Há Sempre Em Ti

Fernando Tordo

Há sempre em ti aquela lenta chama
A luz do que se ama
E não esquece
São coisas da poesia
São coisas da alegria que apetece

Há sempre em ti aquela luz que chama
O quente que se ama
E enlouquece
São coisas da alegria
O calor da poesia que apetece

Sempre em ti a festa e o riso
Sempre em ti as cores do dia
Sempre em ti o que é preciso
Sempre as coisas da poesia

A tua vida é como um ciclorama
Em volta duma cama
Que acontece
São coisas da alegria
Enquanto o outro dia amanhece

Há sempre em ti o gesto sem programa
Sem lamento e sem drama
Todo o dia
Tu és o que se ama
Na viva e lenta chama
Da poesia.

Dança

DANÇA

Fernando Tordo

Há coisas da gente que a gente não conta,
O momento infeliz a idéia mais tonta;
O medo terrível de ver o que é,
Como quem se afoga sem perder o pé.

Há coisas da gente que a gente disfarça,
O zero absoluto que rima com farsa;
O acidente por dentro que não se tratou,
A prova provada que a gente negou.

Dancei que parecia mentira.
Cantei que parecia verdade.
Sonhei o melhor que sabia.
Saí para lá da vontade.

Dancei, cantei, sonhei....

Há coisas da gente que a gente sufoca,
No exacto gesto de tapar a boca;
Escondemos as mãos e fechamos o riso,
E só nos abrimos se não for preciso.

Prometo a mim próprio andar à altura
Dos ventos e velas por onde me meço.
Sou grande devoto da coisa loucura,
Por ser o que sou  pecador me confesso.

Saí dos limites do tempo.
Sonhei que não estava acordado.
Cantei contra tudo o que é lento,
Dancei com a esperança ao meu lado.

Dancei que parecia mentira.
Cantei que parecia verdade.
Sonhei o melhor que sabia.
Saí para lá da vontade.

....sonhei



Vida

Vida

Fernando Tordo

A ti deu-te o sorriso
Que repartes por todos
Deu-te a luz a alegria deu-te o gosto por tudo

A ti deu-te a vontade
O mais difícil da verdade
E o mais fácil do pensar

Deu-te seres uma mulher
Deu-te o princípio do saber
E a invenção do verbo amar

Deu-te o ventre e o poder ser ou não
Deu-te o filho e a razão para escolher
Deu-te a arte de só tu saberes dar
De saberes perdoar sem esqueçer

Deu-te mais deu-te a serena magia
E o real para seres fantasia
A mim só me deu a palavra querida

Quem nos dá tudo isto - é a vida .


Cantigas,leva-as o tempo


Cantigas, Leva-as o Tempo

Fernando Tordo

Existem canções
Mais tiranas que muitas traições
Mais ferventes que tantas paixões
Mais sinistras que a morte.

E há outras canções
Que são só simples opiniões,
Melodias lembrando ilusões,
Coisas meigas e azuis.

E há harmonias
Que se aprendem nas coisas mais frias,
Muito cheias de coisas vazias
Para a gente engolir.
Existem canções,
Com muita comichão nos sermões
Tão difíceis de ouvir.

Cantigas, leva-as o tempo.
Cantigas, em contratempo....

Existem canções
Que são feitas pelas mesmas razões
Pelas quais são feitas as noções
Do que é bom para nós.

E há outras canções
De cúpidos e bons corações,
Os refrãos são apenas refrões
Das mais lindas canções.

Rezam a sina
No traçado da palma da mão
Que faz sim para acenar um não,
As mãos são como são.

...mas as canções,
As canções são piores que prisões
Que nos cantam a rir.

Cantigas, leva-as o tempo
Cantigas, em contratempo.....

Resistem canções
Feitas para abafar aflições,
Por causa das armas e barões
Do que em nós é camões.


Nos próprios pulmões
Deixou de haver ar, só cifrões,
Arritmias das próprias sanções
Desculpadas em nós.

E há harmonias
Que se aprendem nas coisas mais frias,
Muito cheias de coisas vazias
Para a gente engolir.

Existem canções
Com muita comichão nos sermões
Tão difíceis de ouvir.

Cantigas, leva-as o tempo.
Cantigas, em contratempo...