e onde se dorme à noite o sono da infância.
Lar é onde se encontra a luz acesa quando se chega tarde.
Lar é onde os pequenos ruídos nos confortam:
um estalar de madeiras, um ranger dos degraus,
um sussurrar de cortinas.
Lar é onde não se discute a posição dos quadros,
como se eles ali estivessem desde o princípio dos tempos.
Lar é onde a ponta desfiada do tapete,
a mancha de humidade no tecto,
o pequeno defeito no caixilho,
são imutáveis como uma assinatura conhecida.
Lar é onde os objectos têm vida própria
e as paredes nos contam histórias.
Lar é onde cheira a bolos, a canela, a caramelo.
Lar é onde nos amam.
Rosa Lobato
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