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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Amigo





FÁTIMA GUIMARÃES (a publicar)

AMIGO 

Porque vejo nos teus olhos
sem os ver
Porque sinto a tua presença
sem a ter
Porque me escutas
sem me ouvires
Porque me afagas
sem me tocares
Porque me olhas
sem me ver
Porque derrotas
a minha solidão
Porque me iluminas
quando há escuridão
Porque és
Verdade 
Luz
Espelho
Água
Vida
Sorriso
Ponte
Mar
Casa
Porque és
partilha
És
meu amigo.

*
Ilustração, por © Jaroslav Kourbanov
*

(LT)
 — com Fátima Guimarães e outras 2 pessoas.

domingo, 29 de setembro de 2013

Agradeço






Meu Pai, eu nunca te disse o quão profundamente Te amo, embora já tenha confessado o tanto que preciso de Ti.

Hoje, venho agradecer-Te simplesmente, pelas oportunidades que me tens concedido ao longo de todas as minhas vidas.

Obrigada, meu Pai, pela clausura, que me ajudou a apreciar o canto dos pássaros ao amanhecer; pelas feridas do corpo, que me mostraram a compaixão à dor alheia; pela escassez, até mesmo pobreza, que me ensinou a valorizar o essencial; pela vivência da guerra, que me trouxe um profundo respeito à Vida.

Obrigada por teres permitido tanto desamor nas minhas existências, que me fez procurar-Te em tantos lugares, de tantas maneiras.

Obrigada pelo abrigo das asas de Teus mensageiros sempre que me encontro em perigo, ainda que eu não o tenha percebido.

Obrigada pela Tua paciência, repetindo as lições exaustivamente até que eu, Tua filha bem-amada, erga o véu da ilusão e Te perceba.

Obrigada por insistires em falar comigo, mesmo quando finjo que não escuto a Tua doce e amada Voz.

Obrigada por confiares tanto em mim, que me deixas livre para decidir como, quando e onde compreenderei que Eu Sou Una em Ti.

Obrigada por me ensinares o perdão e o amor incondicional, não com palavras, mas permitindo que eu os exerça diariamente, através daqueles que Tu me envias.

Obrigada, meu Pai, por todas as pedras, por todas as alegrias, por todos os sins e os nãos, por todos os desânimos sem fim, por todos os êxtases profundos, por todas as luas, estrelas e sóis da minha Vida.

Obrigada por caminhares comigo e – quantas vezes! – por caminhares por mim.

Obrigada pela sede infinita de Ti, que me conduz de volta à Tua morada.

Maria João Sacagami - 1996


Num dia qualquer








 Num dia qualquer ...🌹

Em um momento de saudade ,revi cartas amareladas pelo tempo e fotos antigas quase sem cor,fingindo o obvio ,tentado esconder verdades do que passou,as fotos são fatos marcados na memória e no coração ,são coisas que não se esquece...
Mexendo no passado só restando recordações e mais nada ...
Pois a vida segue ...
Ficam as marcas ,em sua grandeza e magnitude 
Sao formas ,lembranças suas, minhas ,nossas..

N.Diniz🌹

Não consigo






Sepultamento do "Não Consigo" - 27/12/2010



Esta história foi contada por Chick Moorman, e aconteceu numa escola primária do estado de Michigan, Estados Unidos. 
Ele era supervisor e incentivador dos treinamentos que ali eram realizados e um dia viveu uma experiência muito instrutiva, conforme ele mesmo narrou: 
Tomei um lugar vazio no fundo da sala e assisti. Todos os alunos estavam trabalhando numa tarefa, preenchendo uma folha de caderno com ideias e pensamentos. Uma aluna de dez anos, mais próxima de mim, estava enchendo a folha de "não consigos". 
"Não consigo chutar a bola de futebol além da segunda base." 
"Não consigo fazer divisões longas com mais de três números." 
"Não consigo fazer com que a Debbie goste de mim." 
Caminhei pela sala e notei que todos estavam escrevendo o que não conseguiam fazer. 
"Não consigo fazer dez flexões." 
"Não consigo comer um biscoito só." 
A esta altura, a atividade despertara minha curiosidade, e decidi verificar com a professora o que estava acontecendo e percebi que ela também estava ocupada escrevendo uma lista de "não consigos". 
Frustrado em meus esforços em determinar porque os alunos estavam trabalhando com negativas, em vez de escrever frases positivas, voltei para o meu lugar e continuei minhas observações. 
Os estudantes escreveram por mais dez minutos. A maioria encheu sua página. 
Alguns começaram outra. 
Depois de algum tempo os alunos foram instruídos a dobrar as folhas ao meio e colocá-las numa caixa de sapatos, vazia, que estava sobre a mesa da professora. 
Quando todos os alunos haviam colocado as folhas na caixa, Donna, a professora, acrescentou as suas, tampou a caixa, colocou-a embaixo do braço e saiu pela porta do corredor. Os alunos a seguiram. E eu segui os alunos. 
Logo à frente a professora entrou na sala do zelador e saiu com uma pá. 
Depois seguiu para o pátio da escola, conduzindo os alunos até o canto mais distante do playground. Ali começaram a cavar. 
Iam enterrar seus "não consigo"! Quando a escavação terminou, a caixa de "não consigos" foi depositada no fundo e rapidamente coberta com terra. 
Trinta e uma crianças de dez e onze anos permaneceram de pé, em torno da sepultura recém cavada. 
Donna então proferiu louvores. 
"Amigos, estamos hoje aqui reunidos para honrar a memória do ´não consigo´. 
Enquanto esteve conosco aqui na Terra, ele tocou as vidas de todos nós, de alguns mais do que de outros. 
Seu nome, infelizmente, foi mencionado em cada instituição pública - escolas, prefeituras, assembléias legislativas e até mesmo na Casa Branca. 
Providenciamos um local para o seu descanso final e uma lápide que contém seu epitáfio. Ele vive na memória de seus irmãos e irmãs ´eu consigo´, ´eu vou´ e ´eu vou imediatamente´. 
Que ´não consigo´ possa descansar em paz e que todos os presentes possam retomar suas vidas e ir em frente na sua ausência. Amém." 
Ao escutar as orações entendi que aqueles alunos jamais esqueceriam a lição. 
A atividade era simbólica: uma metáfora da vida. O "não consigo" estava enterrado para sempre. 
Logo após, a sábia professora encaminhou os alunos de volta à classe e promoveu uma festa. 
Como parte da celebração, Donna recortou uma grande lápide de papelão e escreveu as palavras "não consigo" no topo, "descanse em paz" no centro, e a data embaixo. 
A lápide de papel ficou pendurada na sala de aula de Donna durante o resto do ano. 
Nas raras ocasiões em que um aluno se esquecia e dizia "não consigo", Donna simplesmente apontava o cartaz descanse em paz. O aluno então se lembrava que "não consigo" estava morto e reformulava a frase. 
Eu não era aluno de Donna. Ela era minha aluna. Ainda assim, naquele dia aprendi uma lição duradoura com ela. 
Agora, anos depois, sempre que ouço a frase "não consigo", vejo imagens daquele funeral da quarta série. Como os alunos, eu também me lembro de que "não consigo" está morto. 
(Baseado em texto de Chick Moorman do livro Canja de Galinha para a alma Jack Canfield & Mark Victor Hansen, ed. Ediouro.)

Quatro estações da vida


ícone Quatro estações da vida (As)

 





Você já notou a perfeição que existe na natureza? Uma prova incontestável da harmonia que rege a Criação. Como num poema cósmico, Deus rima a vida humana com o ritmo dos mundos.

Ao nascermos, é a primavera que eclode em seus perfumes e cores. Tudo é festa. A pele é viçosa. Cabelos e olhos brilham, o sorriso é fácil. Tudo traduz esperança e alegria.

Delicada primavera, como as crianças que encantam os nossos olhos com sua graça. Nessa época, tudo parece sorrir. Nenhuma preocupação perturba a alma.

A juventude corresponde ao auge do verão. Estação de calor e beleza, abençoada pelas chuvas ocasionais. O sol aquece as almas, renovam-se as promessas.

Os jovens acreditam que podem todas as coisas, que farão revoluções no mundo, que corrigirão todos os erros.

Trazem a alma aquecida pelo entusiasmo. São impetuosos, vibrantes. Seus impulsos fortes também podem ser passageiros... como as tempestades de verão.

Mas a vida corre célere. E um dia - que surpresa - a força do verão já se foi.

Uma olhada ao espelho nos mostra rugas, os cabelos que começam a embranquecer, mas também aponta a mente trabalhada pela maturidade, a conquista de uma visão mais completa sobre a existência. É a chegada do outono.

Nessa estação, a palavra é plenitude. Outono remete a uma época de reflexão e de profunda beleza. Suas paisagens inspiradoras - de folhas douradas e céus de cores incríveis - traduzem bem esse momento de nossa vida.

No outono da existência já não há a ingenuidade infantil ou o ímpeto incontido da juventude, mas há sabedoria acumulada, experiência e muita disposição para viver cada momento, aproveitando cada segundo.

Enfim, um dia chega o inverno. A mais inquietante das estações. Muitos temem o inverno, como temem a velhice. É que esquecem a beleza misteriosa das paisagens cobertas de neve.

Época de recolhimento? Em parte. O inverno é também a época do compartilhamento de experiências.

Quem disse que a velhice é triste? Ela pode ser calorosa e feliz, como uma noite de inverno diante da lareira, na companhia dos seres amados.

Velhice também pode ser chocolate quente, sorrisos gentis, leitura sossegada, generosidade com filhos e netos. Basta que não se deixe que o frio enregele a alma.

Felizes seremos nós se aproveitarmos a beleza de cada estação. Da primavera levarmos pela vida inteira a espontaneidade e a alegria.

Do verão, a leveza e a força de vontade. Do outono, a reflexão. Do inverno, a experiência que se compartilha com os seres amados.

A mensagem das estações em nossa vida vai além. Quando pensar com tristeza na velhice, afaste de imediato essa ideia.

Lembre-se que após o inverno surge novamente a primavera. E tudo recomeça.

Nós também recomeçaremos. Nossa trajetória não se resume ao fim do inverno. Há outras vidas, com novas estações. E todas iniciam pela primavera da idade.

Após a morte, ressurgiremos em outros planos da vida. E seremos plenos, seremos belos. Basta para isso amar. Amar muito.

Amar as pessoas, as flores, os bichos, os mundos que giram serenos. Amar, enfim, a Criação Divina. Amar tanto que a vida se transforme numa eterna primavera.

Redação do Momento Espírita.

Disponível no CD Momento Espírita, v. 13, ed. Fep.

Em 27.07.2011.




Semeie






"Há três métodos para ganhar sabedoria: Primeiro, por reflexão, que é o mais nobre; segundo, por imitação, que é o mais fácil; e terceiro, por experiência, que é o mais amargo."

(Confúcio)





“Há um poema que transmite a essência de nosso poder de criar o mundo em que vivemos. 
Semeie um pensamento, colha uma palavra; 
Semeie uma palavra, colha uma ação; 
Semeie uma ação, colha um hábito; 
Semeie um hábito, colha um caráter; 
Semeie um caráter, colha um destino. 
Eis a fórmula por meio da qual os pensamentos moldam o destino. Não duvide de que é esse mesmo o processo por meio do qual criamos nossa vida. É da máxima importância que mantenhamos vigilância sobre as idéias que semeamos no jardim da dimensão consciente, pois delas brotarão todas as experiências pelas quais iremos passar. 
Nossas palavras têm o poder divino de formar a realidade. Muitas pessoas abusam desse poder por vidas e vidas consecutivas, alimentando pensamentos da vitimização e defendendo auto-imagens mórbidas com as palavras que pronunciam. Por mais surpreendente que possa parecer, temos usado o poder criativo das palavras para mover um processo contra nós mesmos. E por sermos também o juiz do processo, condenamo-nos com base no testemunho do medo e nos sentenciamos à carência, à perda e à morte. 




Gratidão




Gratidão por ouvir as sinfonias da vida com exatidão! 



Poema da gratidão. Amélia Rodrigues, espírito.
Poema recebido pelo médium Divaldo Pereira Franco,
em Buenos Aires, Argentina, 21/11/62 
e extraído do livro Sol de Esperança
 

Poema Gratidão

Senhor Jesus, muito obrigada! 
Pelo ar que nos dás, 
pelo pão que nos deste, 
pela roupa que nos veste, 
pela alegria que possuímos, 
por tudo de que nos nutrimos
Muito obrigada, pela beleza da paisagem, 
pelas aves que voam no céu de anil, 
pelas Tuas dádivas mil!

Muito obrigada, Senhor! 
Pelos olhos que temos... 
Olhos que vêem o céu, que vêem a terra e o mar, 
que contemplam toda beleza! 
Olhos que iluminam de amor 
ante o majestoso festival de cor 
da generosa Natureza!

E os que perderam a visão? 
Deixa-me rogar por eles 
Ao Teu nobre coração! 
Eu sei que depois desta vida, 
Além da morte, 
voltarão a ver com alegria incontida...

Muito obrigada pelos ouvidos meus, 
pelos ouvidos que me foram dados por Deus. 
Obrigada, Senhor, porque posso escutar 
O Teu nome sublime, e, assim, posso amar.
Obrigada pelos ouvidos que registram: 
a sinfonia da vida, 
no trabalho, na dor, na lida...
O gemido e o canto do vento nos galhos do olmeiro, 
as lágrimas doridas do mundo inteiro 
e a voz longínqua do cancioneiro...
E os que perderam a faculdade de escutar?
Deixa-me por eles rogar... 
Sei que em Teu Reino voltarão a sonhar.

Obrigada, Senhor, pela minha voz. 
Mas também pela voz que ama, 
pela voz que canta, 
pela voz que ajuda, 
pela voz que socorre, 
pela voz que ensina, 
pela voz que ilumina... 

E pela voz que fala de amor, 
obrigada, Senhor!
Recordo-me, sofrendo, daqueles 
que perderam o dom de falar 
E o Teu nome não podem pronunciar!... 
Os que vivem atormentados na afasia 
e não podem cantar nem à noite, nem ao dia... 
Eu suplico por eles 
sabendo, porém, que mais tarde, 
No Teu Reino voltarão a falar.

Obrigada, Senhor, por estas mãos, que são minhas 
alavancas da ação, do progresso, da redenção. 
Agradeço pelas mãos que acenam adeuses, 
pelas mãos que fazem ternura, 
e que socorrem na amargura; 
pelas mãos que acarinham, 
pelas mãos que elaboram as leis
pelas mãos que cicatrizam feridas 
retificando as carnes sofridas 
balsamizando as dores de muitas vidas! 
Pelas mãos que trabalham o solo, 
que amparam o sofrimento e estacam lágrimas, 
pelas mãos que ajudam os que sofrem, 
os que padecem... 
Pelas mãos que brilham nestes traços, 
como estrelas sublimes fulgindo em meus braços! 

...E pelos pés que me levam a marchar, 
ereta, firme a caminhar; 
pés da renúncia que seguem
humildes e nobres sem reclamar.
E os que estão amputados, os aleijados, 
os feridos e os deformados, 
os que estão retidos na expiação
por ilusões doutra encarnação, 
eu rogo por eles e posso afirmar 
que no Teu Reino, após a lida 
dolorosa da vida, 
hão de poder bailar
e em transportes sublimes outros braços afagar... 
Sei que a Ti tudo é possível 
Mesmo o que ao mundo parece impossível!

Obrigada, Senhor, pelo meu lar, 
o recanto de paz ou escola de amor,
a mansão de glória.
Obrigada, Senhor, pelo amor que eu tenho 
e pelo lar que é meu... 
Mas, se eu sequer 
nem o lar tiver 
ou teto amigo para me aconchegar 
nem outro abrigo para me confortar, 
se eu não possuir nada, 
senão as estradas e as estrelas do céu, 
como leito de repouso e o suave lençol, 
e ao meu lado ninguém existir, vivendo e 
chorando sozinha, ao léu... 
Sem alguém para me consolar 
Direi, cantarei, ainda: 
Obrigada, Senhor, 
porque Te amo e sei que me amas, 
porque me deste a vida 
jovial, alegre, por Teu amor favorecida... 

Obrigada, Senhor, porque nasci, 
Obrigada, porque creio em Ti. 
...E porque me socorres com amor,
Hoje e sempre, 
Obrigada, Senhor!

Esperança









...E assim mais um anoitecer
E o amanhã ?!
Será exatamente em plenitude 
Que vem trazendo esperança
E o céu todo aberto de azul
Lembranças ...
Amanhece...
O dia se fez canção em meu olhar
E tudo se fez vida ...
Vida só tem vida quando vem do amor
Quando traz no peito uma razão maior
Quando a gente aprende que até mesmo a dor
Faz parte da vida, abra o coração!🌹
Beijinho na alma 
Paz e luz sempre...

______N.Diniz🌹

A saudade






 A saudade 
 
Vencido pela profunda angústia da minha mágoa, despertei quando o jovem rosto da manhã adornado de luz e o mar de nuvens viajeiras, me convidaram para o banquete do dia.

Levantei e percebi que não fora um pesadelo... A presença da sua ausência era a mais pura e triste realidade...

Não sei dizer ao certo se é a presença da ausência ou a ausência da presença ou, talvez seja, simplesmente, saudade...

Lá fora tudo respirava perfume e os braços do vento, carregando o pólen da vida, cantavam nos ramos do arvoredo delicada canção...

Saí a correr, tentando fugir da furna escura dos meus padecimentos.

A presença invisível do bem-amado fazia-me arder em febre de ansiedade, enquanto os pés ligeiros das horas corriam à frente impondo-me fadiga e desconforto...

Embriagado pela saudade, meu ser ansiava pela paz...

Em vão tentei exaurir as forças para livrar-me da dor, mas não lograva libertar-me do punhal da melancolia cravado no coração, e da lembrança da sua ausência...

Quando, enfim, a tarde se escondeu no longe das montanhas altaneiras, outra vez tombei em mim mesmo, extenuado e só...

Naquele momento desejei que o Todo Poderoso me dominasse com os fortes recursos da Soberana Misericórdia, livrando-me de mim mesmo...

Parecia que não mais suportaria o espinho da saudade cravado em meu peito, já dorido e exausto...

A ausência da sua presença queimava as fibras mais sutis da minha alma.

E a presença da sua ausência feria-me o coração dilacerado e só...

A noite devorou o dia e, ao escancarar a sua boca negra, mostrou a primeira estrela engastada no manto escuro, vencendo as sombras...

Minutos depois, miríades de astros brilhantes compuseram o diadema da vitória total da luz...

Só então, solitário e meditativo, compreendi como a minha canção de dor chegara ao ouvidos do Criador, que me respondeu em vibrações fulgurantes de esperanças à distância...

Só então compreendi que não há escuridão que resista a um simples raio de luz, e decidi acender a chama da esperança em minha alma.

E, só então, pude ouvir o Sublime Cancioneiro do silêncio e Suas melodias repletas de sons e paz, convidando-me a confiar em Seu infinito poder e entregar-me aos braços suaves da esperança...

*   *   *

Se o manto escuro da saudade pesa sobre os seus ombros, ilumine-se com as pérolas da oração sincera em favor do bem-amado que partiu.

Preencha a ausência da presença com a lembrança dos momentos compartilhados nas horas alegres, e confie no reencontro 
com base no cap. LII do livro
Estesia, 

A vida é ponte







A vida é ponte:
Existir é atravessá-la,
Passo constante, insciente,
(A Consciência toldada pela psique dos passos)
Sabendo não existir que por deserto a outra margem.

Deserto de sentido,
Deserto de amor (ou admissão niilista do seu absurdo),
Deserto da percepção, nítida como a realidade,
Do deserto da própria passagem.

Existir, sim: é atravessar a ponte.


E viver?


Poemas à vida






Poemas à vida

Toru Matsushita

 
 
 
Procurar pelo carinho em todo caminho
Olhar além do infinito da saudade
Encantar a serpente do pecado
Manter o coração aquecido
Amar sem saber por quê
Sonhar acordado
 
À vontade viver!
 
Vidas não seguem métricas,
Independem de rimas,
De versos e afins,
A vida é por si – poesia...
 

Cáritas



 Cáritas 
 
Eu sou o sol que aquece a vida, em nome da vida que criou o sol.

Sou eu quem reverdece o campo em beijos cálidos após a demorada invernia.

Eu sou a força que sustenta as criaturas tombadas, a fim de que se ergam, e as desiludidas, para que recomecem o trabalho do próprio crescimento.

Eu sou o pão que alimenta os corpos e as almas, impedindo-os de experimentar deperecimento.

Sou eu a música que enternece o revoltado, e sou o poema de esperança que canta alegria onde houve devastação.

Por onde eu passo, um rastro luminoso fica vencendo a sombra que cede lugar à claridade libertadora.

Eu sou o medicamento que restaura as energias abaladas, e sou o bálsamo que suaviza o ardor das chagas purulentas que levam à agonia e à alucinação.

Sou a gentileza que ouve pacientemente a narrativa do sofrimento e nunca se cansa de ser solidária, conquanto a aflição se espraie entre as criaturas.

Eu sou o fermento que leveda a massa e dá-lhe forma para aprimorar-lhe o sabor.

Sou eu a paz que visita o terreno árido, adornando-lhe a paisagem fúnebre.

Eu sou o perfume carreado pela brisa mansa para aromatizar os seres e os jardins.

Sou eu a consolação que sussurra palavras de fé aos ouvidos da amargura e soergue aqueles que já não confiam em ninguém, aturdidos pelas frustrações e feridos pelas dores pungentes.

Eu sou a madrugada que ressuscita todos aqueles que são tidos como mortos ou que estão adormecidos, a fim de que possam voltar ao convívio dos familiares saudosos e em angústias devastadoras.

Sou eu a água refrescante que sacia a sede de todas as necessidades e limpa os detritos da alma degenerada, preparando-a para os renascimentos felizes.

Eu sou o hálito divino sustentando a criação e penetrando por todas as partículas de que se constitui.

Convido minha irmã, a fé, para que ofereça resistência ao viajor cansado e o alente em cada passo, concedendo-lhe combustível para nunca desistir.

Eu me apoio na irmã esperança que possui o encanto de reerguer e amenizar a aspereza das provações.

Quando elas chegam, o prado queimado se renova, porque se me associam, fazendo que arrebentem flores e frutos onde a morte parecia dominar...

As duas, a fé e a esperança, constituem os elementos vitais da minha alma, a fim de que permaneça conduzindo todos os seres.

O Senhor enviou-me em Seu nome, com a missão de lembrar a Sua presença no Mundo, desde quando me usou para que as criaturas que Lhe desafiaram a justiça e a misericórdia, pudessem recomeçar o processo de evolução.

Vinde comigo ao banquete suntuoso da ação contínua do bem e embriagai-vos de felicidade.

Eu sou a caridade!

*   *   *

A caridade para ser legítima não dispensa a fé que lhe oferece vitalidade; e esta para ser nobre deve firmar-se no discernimento da razão como normativa salutar.

Redação do Momento Espírita, com base  em 
mensagem do Espírito Cáritas, psicografia 
de Divaldo Pereira Franco, em 06.01.99,


Carta de Deus




 Carta de Deus 🌾
        Você já pensou em receber uma carta de Deus?

        Se Deus lhe escrevesse, o que será que Ele teria para lhe dizer?

        Talvez a carta começasse assim:

        Olá, como você acordou esta manhã?

        Eu observei e esperei, pensando que você falaria Comigo, mesmo que fossem apenas umas poucas palavras, para saber Minha opinião sobre alguma coisa, ou Me agradecendo por algo de bom que lhe aconteceu ontem.

         Mas, notei que você estava muito ocupado, tentando encontrar uma roupa que ficasse bem em você, para ir ao trabalho.

        Então, Eu esperei outra vez. Quando você correu pela casa de um lado para outro, já arrumado para sair, Eu estava lá. Seriam certamente poucos minutos para você dizer alô, mas você estava realmente muito ocupado.

        Você se deu conta de que tinha que esperar alguns minutos e os gastou sentado em uma cadeira fazendo nada. Estava apenas sentado.

        Então, vi que você se levantou rapidamente e pensei que você queria falar Comigo, mas você correu ao telefone e ligou para um amigo para lhe contar as últimas novidades.

        Eu vi quando você foi para o trabalho e esperei pacientemente o dia inteiro. Com todas as suas atividades, achei que você estaria realmente muito ocupado para dizer alguma coisa.

        Notei que, antes do almoço, enquanto esperava a refeição, você olhou ao redor, mas não foi dessa vez. Talvez se sentisse um pouco sem jeito ou com vergonha de falar Comigo em público.

        Vi quando você observou alguns de seus amigos fazendo uma breve oração antes do almoço, mas você não teve coragem.

        Tudo bem! O dia ainda não havia acabado e Eu tinha esperança que você falasse Comigo hoje

        Você foi para casa e parecia que tinha muitas coisas para fazer. Depois que terminou algumas delas, ligou a televisão e gastou bastante tempo em frente à TV, curtindo a programação.

        Eu esperei pacientemente, outra vez, enquanto você jantava, e mais uma vez você não falou Comigo!

        Enfim, chegou a hora de ir para cama, chegou a hora de dormir...

        Pensei que, naquele momento, você se lembraria de Mim, ao menos para agradecer pelo dia que passou, mas você devia estar muito cansado.

        Depois que disse boa noite para a sua família, pulou na cama e dormiu rapidamente.

        Tudo bem, talvez você não soubesse que Eu estou sempre ao seu lado.

        Mas Eu tenho muita paciência. Muito mais do que você possa imaginar. Desejo ensinar a você como ser paciente com as outras pessoas e como ser bom.

        Eu o amo tanto que espero todos os dias um sinal seu, um simples gesto, uma curta oração, um  pensamento de agradecimento...

        Sabe, meu filho, é muito difícil manter uma conversa sozinho, um monólogo. O bom mesmo é dialogar mas, infelizmente, você não se lembra de Mim.

        Bom, amanhã você vai se levantar outra vez para um novo dia. E mais uma vez Eu estarei esperando, talvez em vão, mas com muito amor para você, desejando que você possa dar-Me alguma atenção, um pouco do seu tempo.

        Tenha um bom dia!

        Seu amigo, sempre presente, Deus.

                                                                                * * *🌹

        Talvez esta suposta carta nada tenha a ver com você, pois você sempre se lembra de falar com Deus.

        Mas, se alguma coisa lhe chamou atenção lembre-se de que, no mínimo, você deve gratidão a Deus pela vida.

        Pelo fato de você estar respirando neste exato momento, por estar com saúde, por poder ouvir, falar, andar...

        Enfim, agradecer a Deus por lhe ter permitido existir.

        Pense nisso!


Madre Tereza de Caucutá





"Ensinarás a voar, 
Mas não voarão o teu voo.
Ensinarás a sonhar, 
Mas não sonharão o teu sonho
Ensinarás a viver, 
Mas não viverão a tua vida.
Ensinarás a cantar, 
Mas não cantarão a tua canção.
Ensinarás a pensar, 
Mas não pensarão como tu.
Porém saberás que cada vez que voem,
Sonhem, vivam, cantem e pensem
Estará a semente do caminho
Ensinado e aprendido." 


Madre Teresa de Calcutá — 

Lembranças





Razão,inteligência e coração 


 Lembranças 
 
Nossa casa mental é sempre povoada pelas memórias que guardamos.
Assim, aquilo que a mente acolhe, conforme olhamos a vida, ali permanecerá.
O que permitimos que nos invada a casa mental pela audição, permanecerá um bom tempo ressoando em nossa intimidade, produzindo seus efeitos e os reflexos naturais do teor de sua mensagem.
Das nossas ações, daquilo que é produto e esforço de nossas mãos, sentiremos as consequências, que trarão seus significados e inevitavelmente nos farão perceber o peso de suas implicações.
Do nosso falar, daquilo que permitimos saia de nossa boca, seremos escravos para sempre, pesando sobre nós as consequências das palavras ditas.
Assim, nossas ações sempre gerarão as consequências naturais condizentes com o teor de que elas se revestem.
Se, muitas vezes, podemos selecionar o que queremos ouvir ou ver, e se somos donos de nosso agir e falar, as consequências boas ou funestas dessas realizações são apenas os reflexos da qualidade que elas trazem em si mesmas.
Assim, as lembranças que guardamos em nosso mundo íntimo serão sempre as escolhas e as opções que fazemos em nosso cotidiano.
O agir de agora, a fala precipitada do momento, logo mais se transformarão nas lembranças que nos acompanharão os passos na vida.
Assim, vale a pena o esforço de repensarmos um tanto mais quais são as lembranças que estamos escolhendo para nos acompanhar.
É verdade que poderemos ter a alma leve, tendo as lembranças como brisa suave a nos acariciar os momentos de reflexão.
Porém, será por opção nossa que essas lembranças poderão ser o tormento e o peso que carregamos na alma, buscando fugas alucinantes, para não as encontrarmos.
Não foi por outro motivo que Jesus, oportunamente, nos aconselhou, de maneira enérgica, a arrancar nosso olho se fosse motivo de escândalo, ou cortar a mão se fosse a origem de nosso mal.
Percebeu Jesus que melhor seria ter as dificuldades da deficiência física e trazer a alma tranquila do que preferir o corpo perfeito, porém capaz de nos corromper a alma.
Sabia Jesus que, enquanto as dificuldades do físico cessam quando a vida orgânica se extingue, os problemas da alma e suas lembranças afligentes nos acompanharão até o outro lado da vida, esperando solução de difícil monta.
Dessa forma, estejamos sempre alertas, a orar e vigiar refletindo em como nos conduzimos perante a vida.
Afinal, que possamos sempre perceber que se desejamos ter as melhores lembranças desta existência, devemos fazer hoje as opções mais felizes naquilo que falamos, agimos, vemos e escutamos.
Isso porque serão essas as construtoras dos caminhos que nos levarão à paz ou as estradas que nos conduzirão às aflições.
 
Redação do Momento Espírita.


Encante-se





 Encante-se 

Você já se encantou alguma vez com coisas simples?
Com a água que cai, límpida e transparente, tocando sua pele com carinho, deixando-a aveludada e perfumada...
Com a planta de mil folhas, onde se escondem os vasos condutores da seiva, nos traços mais perfeitos...
Com o mar, na sua imensidão, suas tonalidades esverdeadas e a luz beijando a superfície no vai e vem...
Com o inseto minúsculo, camuflando o seu mini-sistema de vida, com asas desenhadas pelo Pintor perfeito...
Com o sol longínquo, a abraçar seu corpo ofertando poderosa energia em toda a extensão...
Com a inocência da criança, que acredita que o mundo já é perfeito, distribuindo o sorriso sincero e a confiança permanente...
Com a fidelidade dos animais domésticos...
Com a diversidade de raças, rostos e cores que dão vida ao planeta...
Com as cores do arco-íris que se confundem e ao mesmo tempo são distintas...
Com a risada sincera e desembaraçada que limpa a alma e o coração...
Com os alimentos, na sua multiplicidade de cores e sabores que saciam a fome e mantêm as energias das células, sustentando a vida...
Com as montanhas, em múltiplas e sucessivas camadas, sumindo no horizonte...
Com a alegria que brota dos corações, entre amigos sinceros...
Com a inteligência dos homens, que a cada segundo é superada por novas e úteis descobertas...
Com o poder do pensamento, que transforma tudo em realidade...
Com as lições de amor que o meigo Rabi da Galiléia nos deixou...
Enfim, você já se encantou alguma vez com coisas simples como um gesto sincero, sem disfarce?
Com o olhar seguro, sem desvio?
Com o toque suave, com energia?
Com o pensamento puro, sem hipocrisia?

Pense nisso!

As imagens impressas em calendários, cartões postais, folhetos, existem porque alguém se encantou com essas paisagens, flores, animais ou algum detalhe da natureza...
E não precisa muito esforço para perceber essas belezas singelas com que a natureza enfeita nossos caminhos diários.
Vale a pena se deixar encantar com as coisas simples que estão ao nosso redor... 
Pense nisso e aproveite as oportunidades!
Encante-se com as coisas simples da vida!

Texto

Levar o amor




 Levar o amor 
Que eu leve o amor... A mim, em primeiro lugar.

Que eu leve o amor para dentro de mim e que todo auto-ódio se converta em chance, em nova chance.

Que eu me dê novas chances... De amar de novo, de acertar de novo, de dar ao menos um pequeno passo adiante, afastando-me da estagnação.

Onde houver ódio em mim, que eu leve o amor; não esse amor de plástico, disfarçado de complacência, que mais me engana do que me enobrece.

Que seja um amor maduro, que proclama seguro: Eu sei quem sou! Eu sei quem quero ser!

*   *   *

Que eu leve o amor... À minha família.

Onde houver ódio em minha família, que eu leve o amor...

Que eu seja a luz, mesmo que pequenina, a iluminar a escuridão dos dias difíceis em meu lar.

Que eu leve o amor aos que sofrem em silêncio e não querem falar de suas mazelas. Que minhas preces e meu sorriso os guarde em paz...

Que eu leve o amor quando seja ofendido, maltratado, menosprezado, esquecido. Que eu lembre de oferecer a outra face do ensino do Cristo.

Que eu leve o amor quando meus filhos sejam ingratos. Que minha ternura não seque tão facilmente.

Que eu leve o amor quando meus pais não me compreendam e não sejam os pais que gostaria de ter.

Que minha compreensão desperte de seu sono e perceba que eles buscam acertar, que buscam dar o melhor de si, embora nem sempre tenham êxito.

São os pais que preciso. São os pais que me amam.

Que eu leve o amor quando o romance esfriar e algumas farpas de gelo me ferirem o coração.

São os espinhos da convivência. Não precisam se transformar em ódio se o amor assim desejar.

Que eu leve o amor... Aos meus inimigos.

Que eu leve o amor mesmo a quem não me tem amor.

Que eu respeite. Que eu compreenda. Que eu não me entregue ao ódio tão facilmente.

Que eu leve o amor aos que me querem mal, evitando aumentar seu ódio com meu revide, com minha altivez.

Que ore por eles. Que lhes peça perdão em prece, mesmo muitas vezes não recordando dos equívocos que macularam seus corações.

Que lhes mostre que ontem errei, mas que hoje estou diferente, renovado, disposto a reconstruir o que destruí.

Que eu leve o amor aos que não conheço, mas que fazem parte de meu mundo

Que eu leve o amor aos carentes, do corpo e da alma. Que meu sorriso seja a lembrança de que ainda há tempo para mudar, para transformar.

Sou agente transformador. Sou agente iluminador. Sou instrumento da paz no mundo.

Que eu leve o amor...

A cor do mundo

 A cor do mundo 
 
O ancião descansava, sentado em velho banco à sombra de uma árvore, quando foi abordado pelo motorista de um automóvel que estacionou a seu lado:

Bom dia!

Bom dia! Respondeu o ancião.

O senhor mora aqui?

Sim, há muitos anos...

Venho de mudança e gostaria de saber como é o povo daqui. Como o senhor vive aqui há tanto tempo deve conhecê-lo muito bem.

É verdade, falou o ancião. Mas, por favor, me fale antes da cidade de onde vem.

Ah! É ótima. Maravilhosa! Gente boa, fraterna... Fiz lá muitos amigos. Só a deixei por imperativos da profissão.

Pois bem, meu filho. Esta cidade é exatamente igual. Vai gostar daqui.

O forasteiro agradeceu e partiu.

Minutos depois apareceu outro motorista e também se dirigiu ao ancião:

Estou chegando para morar aqui. O que me diz do lugar?

O ancião, lançou-lhe a mesma pergunta:

Como é a cidade de onde vem?

Horrível! Povo orgulhoso, cheio de preconceitos, arrogante! Não fiz um único amigo naquele lugar horroroso!

Sinto muito, meu filho, pois aqui você encontrará o mesmo ambiente...

*   *   *

Todos vemos no mundo e nas pessoas algo do que somos, do que pensamos, de nossa maneira de ser.

Se somos nervosos, agressivos ou pessimistas, veremos tudo pela ótica de nossas tendências, imaginando conviver com gente assim.

Em outras palavras, o mundo tem a cor que lhe damos através das nossas lentes.

Se nossas lentes estão escurecidas pelo pessimismo, tudo à nossa volta nos parecerá escuro. Tudo, para nós, parecerá constantemente envolto em trevas.

Se nossas lentes estão turvadas pelo desânimo, o Universo que nos rodeia se apresenta desesperador.

Mas, se ao contrário, nossas lentes estão clarificadas pelo otimismo, sentiremos que em todas as situações há aspectos positivos.

Se o entusiasmo é o detergente das nossas lentes, perceberemos a vida em variados matizes de luzes e cores.

A cor do mundo, portanto, depende da nossa ótica. O exterior estará sempre refletindo o que levamos no interior.

*   *   *

O otimismo é gerador de adrenalina emocional, que estimula o sangue, impulsionando ao avanço, à alegria. Cultivando-o nos sentimentos adquirimos visão para perceber o lado bom da vida que nos rodeia.

Nos céus dos que vivem com otimismo e confiança em Deus, sempre haverá andorinhas bailando no ar prenunciando gloriosas primaveras.

Redação do Momento Espírita com base no cap. A cor do mundo,
 do livro Uma razão para viver, de Richard Simonetti, ed. Cac e
  no cap. Perfil do otimismo, do livro Perfis da vida, pelo 
Espírito Guaracy Paraná Vieira, psicografia de 
Divaldo Pereira Franco, ed. Alvorada.
Em 19.07.2010.

 

Coragem e ousadia





Coragem e ousadia 
Era uma vez um riacho de águas cristalinas, muito bonito, que serpenteava entre as montanhas.

Em certo ponto de seu percurso, notou que à sua frente havia um pântano imundo, por onde deveria passar.

Olhou, então, para Deus e protestou:

Senhor, que castigo! Eu sou um riacho tão límpido, tão formoso, e o Senhor me obriga a atravessar um pântano sujo como este! Como faço agora?

Deus então lhe respondeu: Isso depende da sua maneira de encarar o pântano. Se ficar com medo, você vai diminuir o ritmo de seu curso, dará voltas e, inevitavelmente, acabará misturando suas águas com as do pântano, o que o tornará igual a ele.

Mas, se você o enfrentar com velocidade, com força, com decisão, suas águas se espalharão sobre ele, então, a umidade as transformará em gotas que formarão nuvens, e o vento levará essas nuvens em direção ao oceano.

Aí você se transformará em mar, realizando seu grande objetivo, seu grande sonho!

*   *   *

Assim é a vida, diz-nos esta singela passagem - as pessoas engatinham é nas mudanças.

Na maioria das vezes, quando ficam assustadas, paralisadas, pesadas, as pessoas tornam-se tensas e perdem a rapidez e a força.

É preciso entrar para valer nos projetos da vida, até que o rio se transforme em mar.

Há milhares de tesouros guardados em lugares onde precisamos ir para descobri-los. Há tesouros guardados numa praia deserta, numa noite estrelada, numa viagem inesperada.

O mais importante é ir ao encontro deles, ainda que isso exija uma boa dose de coragem e desprendimento.

É certo que não precisa procurar o sofrimento, mas se ele fizer parte da conquista, enfrente-o e supere-o.

Arrisque.

Ouse.

Avance.

A vida é uma aventura gratificante para quem tem coragem.

Coragem de tentar ser melhor do que já se é.

Coragem de se aproximar das pessoas, e abrir seu coração, e lhes pedir perdão.

Coragem de parecer covarde aos olhos do mundo, quando oferecer a face do amor a quem lhe oferecer a face da violência.

Coragem de assumir seus erros perante os outros, dominando enfim o ego orgulhoso.

Coragem para declarar-se crente em Deus, adepto de uma filosofia, de uma religião discriminada por muitos.

Coragem de mostrar seus sentimentos nobres, sem ter receio de parecer tolo. Coragem de dizer Eu te amo.

*   *   *

Somos riachos perenes que aguardam o momento de encontrar o mar sublime.

Cada passo que damos, cada obstáculo contornado, cada vitória conquistada, mostra-nos que estamos a cada dia mais perto de descobri-lo.

Há muito pela frente ainda, é certo, mas na medida em que avançamos, verificamos que tudo se torna cada vez mais fácil e mais possível de se alcançar.

E nunca esqueçamos de que, nesta jornada, não estamos sozinhos. A pátria espiritual - nosso verdadeiro lar - através das preces de amigos queridos, envia-nos chuvas de tempos em tempos, que preenchem nossas águas, dando volume e força para continuar, sempre.

 

Redação do Momento Espírita, a partir de texto
de autoria ignorada.
Em 27.06.2012.
 

O choro da estrela





 O choro da estrela 
Conta uma lenda que, certo dia, caminhava Deus, sossegadamente, pelo Universo.

Contemplava a Sua criação, verificando se tudo estava correndo bem.

Em certo ponto de Sua caminhada, deparou com uma estrela, num choro convulsivo.

Aproximou-se e com Seu carinho de Pai, perguntou: Por que você chora, minha filha?

A estrela, em pranto, mal conseguia falar:

Sabe, meu Pai, estou triste. Não consigo achar uma razão para a minha existência. O sol, com todo o seu brilho, fornece calor, luz e energia. Serve especialmente ao planeta azul e as pessoas ali o esperam todos os dias, alegrando-se com o seu surgimento.

As estrelas cadentes alimentam os sonhos dos românticos que as contemplam, maravilhados.

Os cometas geram dúvidas e mistérios, movimentando cientistas de todo lugar para os estudar e analisar. Todos são importantes. Todos, menos eu. Eu fico aqui parada, sem utilidade nenhuma.

Deus ouviu tudo atentamente. Com paciência, decidiu explicar para a estrela os porquês de sua existência.

Porém, nesse instante, uma voz interrompeu o diálogo. Era uma voz que vinha de longe, uma voz infantil.

Era uma criança, que caminhava com sua mãe, em um dos planetas da região.

A criança dizia: Veja, mamãe! O dia já vai nascer!

A mãe ficou um tanto confusa. Como podia uma criança que mal sabia as horas, saber que o sol logo nasceria, se tudo ainda estava escuro?

Como você sabe disso, meu filho?

E a criança alegre respondeu: Veja aquela estrela, mamãe! Papai me disse que ela anuncia o novo dia.

Ela sempre aparece um pouco antes do sol, e aponta o lugar de onde o sol vai sair.

Ouvindo aquilo, a estrela se pôs a chorar. Mas de emoção.

Não era mais preciso que Deus lhe explicasse o motivo da sua existência. Como tudo o que Ele criou, ela também tinha uma razão de ser.

Era a estrela que anunciava o novo dia. E com o novo dia, se renovam sempre as esperanças, os sonhos.

Ela servia para orientar os homens, indicando-lhes o caminho a percorrer.

Quando a vissem, eles poderiam ter certeza que logo mais o sol surgiria, abrilhantando tudo, espancando a escuridão da noite, secando as estradas da chuva torrencial das horas anteriores, aquecendo as manhãs frias.

A estrela, sentindo-se imensamente útil, encheu-se de felicidade e brilhou com mais intensidade.

Descobrira, enfim, como ela era importante e indispensável ao ciclo da vida.

*   *   *

Todos temos uma razão para existir, mesmo que ainda não a tenhamos descoberto.

Alguns nascem para ser estrela de outras vidas, orientando-as na caminhada.

Outros nascem para iluminar estradas, conduzir mentes, acalentar corações.

Muitos nascem para ser o suporte de outros, em sua trajetória de glórias e sucessos.

Se você ainda não descobriu porque está na Terra, eleja a si próprio estrela de luz e comece a semear amor e espalhar alegrias ao seu redor.

Assim, você iluminará a sua própria vida, iluminando todos que estão à sua volta.

 

Redação do Momento Espírita, com base
no artigo O choro da estrela, de autoria ignorada.
Em 23.4.2013.

 

Você decide...





Você decide :
Ser triste e melancólica como o outono, ou jovem e alegre como a primavera... Desordenada como a paixão, ou límpida como o amor...

E quando essa harpa é dedilhada com sabedoria e ternura produz a mais bela e vibrante canção de esperança...

É por essa razão que a música é a arte que vai mais direta ao coração...


Pense nisso!


A harmonia, a ciência e a virtude são as três concepções do espírito; a primeira o extasia, a segunda o esclarece, a terceira o eleva.

Possuídas em suas plenitudes, elas se confundem e constituem a pureza.

O compositor que concebe a harmonia e a traduz na grosseira linguagem chamada música, concretiza a idéia, escreve-a.

Se o compositor é terra-a-terra, como representará a virtude que ele desdenha, o belo que ignora e o grande que não compreende?

Suas composições serão o reflexo de seus gostos sensuais, de sua leviandade, de sua indiferença.

Elas serão ora licenciosas e ora obscenas, ora cômicas, ora burlescas; comunicarão aos ouvintes sentimentos que pervertem ao invés de engrandecer.

Já a alma virtuosa, que tem a paixão do bem, do belo, do grande, e que adquiriu a harmonia, produzirá obras-primas capazes de penetrar as almas mais blindadas e comovê-las.

Pensemos nisso!

A lição da traça






 A lição da traça 

O escritor Wallace Leal Rodrigues apresenta em sua obra E, para o resto da vida, grandes tesouros para crianças e adultos.

Num dos capítulos, ele recorda de uma das lições de seu pai:

Meu pai era um homem frugal e bom. Ensinou-me, desde muito cedo, a entreter-me com as coisas aparentemente mais simples.

Um dos meus passatempos em criança era colecionar os casulos das traças e assistir, na primavera, à emersão das borboletas, espetáculo - para mim – de arrebatadora beleza.

A luta delas para escapar do cárcere despertava, sempre, minha compaixão.

E um dia, com uma tesoura muito fina, papai veio e cortou a parede sedosa do casulo, ajudando o bichinho a se soltar.

A borboleta, daí a um instante, estava morta.

Era como se o trabalho fosse necessário à garantia de sua vida.

“Filho” – disse papai -,“o esforço com que essa traça procura libertar-se do casulo ajuda-a a segregar os venenos do corpo.

Se o veneno não for expulso, o bichinho morrerá.

O mesmo ocorre com a gente: quando uma pessoa luta por aquilo que deseja torna-se melhor e mais forte.

Mas, quando as coisas se realizam sem esforço, nos tornamos fracos, pusilânimes, sem personalidade. E parece que alguma coisa morre dentro de nós.”

Sei, hoje, que fui mais capaz de sustentar-me na adversidade, graças à lição tão profunda e tão viva que meu pai soube dar-me naquele dia.

E tudo se deveu a uma pequenina traça morta...

*   *   *

Num mundo onde ainda se busca a vitória fácil, os ganhos materiais sem esforço e o sucesso instantâneo, a lição da traça é deveras importante.

É o esforço em conseguir algo que nos faz grandes.

O valor maior das verdadeiras conquistas não está apenas na conquista em si, mas em todo trabalho, em todo caminho que se percorreu para se chegar lá.

Assim também é a felicidade – uma construção.

Mesmo o sofrimento, tão temido por nós, é uma bênção, pois ele nos amadurece, colore a alma de tons de extrema beleza e nos proporciona crescimento estruturado, sem ameaça ou fragilidade que possibilite pensar na volta.

O trabalho é recurso abençoado que temos para expulsar de nós os venenos do orgulho e do egoísmo, e nos oferecer voo seguro após termos rompido – com nossa própria luta – o casulo de nossa ignorância.

Todo trabalho é sagrado, quando nos coloca como peça útil no meio social onde estamos inseridos, assim, todo trabalho digno é valioso e faz parte desse nosso processo de burilamento espiritual.

A lição da traça é a do trabalho e da resistência.

Quando achamos que as dores da vida, as provas difíceis e as vicissitudes diárias estão exaurindo nossas forças, tenhamos em mente que, em verdade, estão diluindo nossos tóxicos interiores e nos purificando a alma aprendiz.

Cada luta, cada dia resistido com bravura, é uma pequena fenda que se abre no casulo de nossa inferioridade moral, mostrando-nos a luz de dias melhores.

Trabalhemos com dedicação e amor. Resistamos às adversidades, tendo a certeza de que estão nos fazendo mais fortes. Enxerguemos no sofrer um recurso das leis Divinas para o nosso amadurecimento como Espírito imortal que somos.

Pensemos nisso.

com base no cap. A traça, do livro E,
para o resto da vida, de Wallace Leal V. Rodrigues
 

Na benção da vida






 Na bênção da vida 
 
Mal você acorda pela manhã e muitas preocupações passam a ocupar a sua mente. São tantas as providências que tem a tomar que, muitas vezes, fica atordoado e nem vê o dia acabar.

As coisas mais comezinhas e as mais graves são alvos de sua atenção, ocupando-lhe as horas.

A noite chega e, quando você se dá conta está exausto, extremamente exausto.

Mastiga o jantar enquanto tenta digerir os problemas que ficaram pendentes. Bem, mas agora é só amanhã...

Um banho rápido e cama. Isto é tudo o que conseguirá fazer.
Algumas horas de sono e novamente o dia o convida a agir... E lá vai você outra vez.

As horas se sucedem, os dias se vão, os meses se transformam em anos e você passa pela vida sem se dar conta das muitas bênçãos que ela lhe oferece, bem como a todas as criaturas que dividem com você o planeta.

Mas, apesar da indiferença, um novo dia se apresenta para ser vivido.
E este dia talvez seja oportuno para você lançar um olhar mais atento ao mundo a sua volta, buscando interagir, de maneira consciente, com essas forças inteligentes.

Descubra o valor das concessões que o Senhor lhe faz pelas mãos da vida e distenda alegria e reconhecimento por toda a parte.

Observe a natureza, abençoando sem cessar, através das próprias forças em movimentos.

Nascem frutas saborosas em árvores cujas raízes se prendem à lama...

Correm brisas leves, entoando melodias suaves, em apertados vales onde cadáveres se decompõem.

Cai o orvalho da noite sobre o solo ressequido e misérrimo, crestado pelo sol.

Voejam borboletas delicadas nos rios de ar ligeiro qual festival de cor flutuante sobre campina pontilhada de flores miúdas.

Desabrocham, além, espécies variadas da flora que o pólen feliz fecunda em todo lugar.

Rutilam constelações no manto da noite salpicando a terra de diamantes preciosos.

Em cada madrugada renasce o sol dourado, purificando o charco, vitalizando o homem, atendendo à flor, sem indagar da aplicação que lhe façam dos raios beneficentes.

Não se detenha e recorde os tesouros com que o bem lhe enriquece o coração, através dos valiosos patrimônios da saúde e da fé, da alegria e da paciência e vá em frente.

Indiferença é enfermidade. Medo é veneno que mata lentamente.

Acenda a luz da coragem na alma, a fim de que você não se embarace nas dificuldades muito naturais que seguem ao lado dos seus compromissos em relação à vida.

Confiança em nossos atos é fortalecimento para a coragem alheia.
Otimismo nas realizações também é aliança de identificação com as esferas superiores.

*   *   *

Você não está no mundo em vão. Aproveite a oportunidade, valorize as bênçãos da vida, difunda gratidão e alegria por onde passar, com quem estiver, com as concessões que possuir, justificando em atos edificantes a sua passagem pela Terra.

Você não é figurante nos palcos da vida terrestre: é protagonista, é lição viva, é peça importante, nessa imensa engrenagem chamada sociedade.

Pense nisso e movimente-se em harmonia com essas forças poderosas e inteligentes que agem por toda parte.

com base no cap. Na bênção da vida, do livro
Em 31.01.2010.

Não estrague o seu dia






 Não estrague o seu dia 
 
Você já experimentou, alguma vez, aquele amanhecer sombrio, em que tudo lhe parece amargo?

Esses dias aparentemente têm os mesmos aspectos para todos nós, mas são vividos de maneira diferente por cada indivíduo.

Alguns ficam tristes e quase calados. Buscam isolar-se para evitar qualquer contato com alguém que lhes faça perguntas sobre o que está acontecendo, porque está assim, etc.

Outros deixam o mau humor dirigir seus passos e, em poucos minutos, azedam todo o ambiente em que se encontram. Distribuem gestos bruscos, falam com irritação, respondem com azedume, culpam os outros por tudo de errado que acontece.

E a resposta para comportamentos desse tipo logo se faz sentir no organismo, em forma de azia, enxaqueca, dores musculares, entre outros males.

E o pior de tudo é que nem sabemos o porquê de tanta irritação. Não paramos um pouco para meditar sobre a situação em que nos encontramos, nem para mudar o curso dos acontecimentos.

De maneira irrefletida, estragamos o nosso dia movidos por um estado d´alma que nos toma de assalto e no qual nos deixamos mergulhar, sem refletir.

Passados esses momentos amargos, fica uma desagradável sensação de mal-estar, de indisposição, de sentimentos feridos, de relacionamento comprometido.

Assim, se você sentir que está diante de uma manhã sombria, de um momento amargo, vale a pena tomar medidas urgentes para não se deixar cair nas armadilhas.

Se ainda está em casa, faça uma prece antes de sair.

Se estiver no trabalho, busque um local que lhe permita ficar só por um instante, respire fundo e eleve o pensamento a Deus, rogando forças e discernimento para não se deixar levar por circunstâncias desagradáveis.

Lembre-se, sempre, que todos temos momentos difíceis, e que só depende de nós complicá-los ainda mais, ou sair deles com sabedoria e bom senso.

Lembre-se, ainda que, por mais difícil que esteja a situação, ela será tragada pelas horas e substituída por momentos mais leves e mais felizes.

Por essa razão, nunca valerá a pena estragar o seu dia.

*   *   *

Não estrague o seu dia.

A sua irritação não solucionará problema algum.

As suas contrariedades não alteram a natureza das coisas.

Os seus desapontamentos não fazem o trabalho que só o tempo conseguirá realizar.

O seu mau humor não modifica a vida.

A sua dor não impedirá que o sol brilhe amanhã sobre os bons e os maus.

A sua tristeza não iluminará os caminhos.

O seu desânimo não edificará a ninguém.

As suas lágrimas não substituem o suor que você deve verter em benefício da sua própria felicidade.

As suas reclamações, ainda mesmo afetivas, jamais acrescentarão nos outros um só grama de simpatia por você.

Não estrague o seu dia.

Aprenda, com a Sabedoria Divina, a desculpar infinitamente, construindo e reconstruindo sempre para o infinito Bem.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 38, do livro Agenda Cristã, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Disponível no CD Momento Espírita v. 6 e no livro Momento Espírita v. 2, ed. Fep.
Em 13.11.2010.

 

As melhores coisas




Com esse clima de paz e uma noite tranquila ,desejo a todos um
Ótimo domingo !
Gratidão a Deus por exatamente tudo.


 As melhores coisas  

A gentil senhora caminhava a passos lentos na beira do mar.

Seus pensamentos bailavam apressados em várias direções: os filhos, os netos, as recordações do passado, saudades tantas.

Correu as mãos pelos cabelos cobertos pela neve do tempo e também pelas marcas profundas de seu rosto, que registravam todos os anos que haviam ficado para trás.

Todavia, havia marcas também em seu coração. A sensação era de que lhe faltava algo.

Em meio a tantos pensamentos, ela nem havia percebido que a abóbada celeste tornara-se negra, salpicada do cintilar misterioso das estrelas.

Cansada, sentou-se para contemplar o grande espetáculo que se apresentava à frente: no horizonte, o mar encontrava o céu, revelando a perfeita harmonia existente em toda a Criação.

De repente, notou que, muito longe, uma estrela cadente riscava o firmamento, tornando o espetáculo ainda mais belo.

Ela se lembrou dos dizeres de sua avó, que recomendava fazer um pedido quando se presenciasse uma estrela cadente.

Sem titubear, em seu foro íntimo buscou inspiração para realizar um pedido.

Pensando em seus filhos, percebeu que todos, cada qual à sua maneira, estavam realizados e bem sucedidos nas suas vidas.

Seus netos, igualmente, eram crianças saudáveis e felizes.

Seu casamento, embora fosse viúva há muitos anos, havia sido muito próspero, baseado no respeito mútuo e no companheirismo inabalável.

A sua saúde, mesmo apresentando certa fragilidade trazida pelos anos, ia muito bem, possibilitando que ela tivesse dias afortunados e uma excelente qualidade de vida.

Recorrendo mais uma vez à sua memória, lembrou-se de vários momentos de amargura pelos quais passou, ao longo dos seus quase oitenta anos.

Por outro lado, percebeu que os havia superado, aprendido com eles, se tornado mais experiente e que muitos deles a haviam transformado numa pessoa melhor e mais forte.

Dessa forma, decidiu não realizar nenhum pedido.

Respirando fundo e sentindo a brisa benfazeja do mar, apenas agradeceu.

E a sensação de que algo lhe faltava desapareceu, pois ela percebeu que não era feita daquilo que lhe faltava e, sim, daquilo que já possuía.

*   *   *

Muitas vezes, no curso de nossas vidas, passamos largo tempo devotados àquilo que não temos, que nos esquecemos de valorizar o que já conquistamos.

As mídias, de forma geral, nos impõem tantos padrões sociais e de beleza que quase não mais nos reconhecemos em função do que somos e sim em função do que temos.

Por isso, no meio de tantos desejos e sonhos de conquista, lembremo-nos de agradecer ao Criador pela família, pelos amigos, pelo trabalho, pelos momentos felizes e, até mesmo, pelos de dificuldades, os quais contribuem, de forma expressiva, para nosso desenvolvimento intelecto-moral.

Em nossas rogativas, não mais peçamos a Deus as melhores coisas do mundo, pois percebemos que as melhores coisas da vida Ele já nos concedeu.

As melhores, pois são as mais necessárias para nosso progresso.

Pensemos nisso hoje e sempre!

 

Simples palavras...





Durante anos achei que as pessoas silenciosas eram misteriosas, e isso encantava-me. Agora, descubro que o mistério está mesmo é nas palavras, na arte da pontuação, na insinuação das imagens, na subtileza dos espaços em branco, na sonoridade da voz, no enfase das silabas, nas mensagens subliminares. É incrível a quantidade de mistérios que se criam através das... "simples" palavras. 


Teresa Afonso 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Palavra...




"Oxalá, pudesse viver somente em êxtase, 
fazendo o corpo do poema como meu próprio corpo, 
resgatando cada frase com meus dias e minhas semanas,
fundindo no poema o meu sopro à medida que cada letra de 
cada palavra tenha sido sacrificada nas cerimônias do viver".


Alejandra Pizarnick
 — 

domingo, 22 de setembro de 2013

Abraço






Abraço tem que ter pegada, jeito, curva. Aperto suave, que pode virar colo. Alento tenso, que pode virar despedida. Abraço é confissão.
Abraço não pode ser rápido senão é empurrão. Requer cruzamento dos braços e uma demora do rosto no linho. Abraço é para atravessar o nosso corpo.

__ Fabrício Carpinejar __


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